O dia em que atualmente festejamos o Natal, ou seja, 25 de dezembro, era dedicado a festa em homenagem ao nascimento do Deus Mitra, cuja história, juntamente com a de Apolônio de Tiana, serviu de base para compor a história da vida de Jesus. Do mesmo modo, todos os rituais e as práticas sacerdotais adotadas pela igreja romana têm origem no culto mitráico, predominante nos primórdios do cristianismo católico, e para “aproveitar a popularidade de Mitra” a igreja romana também adotou a data do nascimento de Mitra para o nascimento de Jesus, fazendo-o nascer no mesmo dia em que teria nascido Mitra, daí que nosso Natal é uma continuação das festas em homenagem a Mitra e que tem, de quebra, os costumes praticados pelos romanos na realização das Saturnálias, festa em homenagem a Saturno, quando se davam presentes entre si e as pessoas gozavam até mesmo de uma liberdade licenciosa, tanto para comer como se dar aos prazeres da carne (como acontece agora!).
Entre os dias 17 e 23 de Dezembro os Romanos celebravam o "Festival da Saturnália" em honra do deus Saturno. Nos dois últimos dias trocavam presentes em honra desse Deus. Já em 25 de Dezembro acontecia a celebração do nascimento do Sol Invencível (Natalis Solis Invicti). Posteriormente, à medida que as tradições romanas iam sendo suplantadas pelas tradições orientais importadas, os maiores festejos realizavam-se em honra do deus Mitra, cujo nascimento se comemorava a 25 de Dezembro. O culto de Mitra - que se tornou difundido como o deus da luta e o protetor dos soldados - penetrou em Roma no 1º século a.C. e esta data entrou no calendário civil romano em no ano de 274 da Era cristã, quando o Imperador Aureliano declarou aquele dia o maior feriado em Roma, comparável ao nosso carnaval.
Os adeptos do mitraísmo costumavam se reunir na noite de 24 para 25 de dezembro, a mais longa e mais fria do ano, onde ficavam fazendo oferendas e preces pela volta da luz e do calor do Sol.
Falar sobre o nosso Natal é impossível sem conhecer um pouco da história de Mithra. Seu culto data de 4.000 anos antes de Cristo.
Mitra teria nascido de uma virgem no dia 25 de dezembro e foi colocado numa manjedoura e pastores humildes que assistiram ao evento, foram os primeiros que o adoraram.
Celebrou uma Santa Ceia, junto com 12 discípulos, antes de voltar para a casa do Pai.
Ascendeu ao Céu de onde prometeu voltar no fim dos tempos para o Juízo Final.
Garantiu a vida eterna a quem se purificasse mediante o batismo.
Era tido como o Logos (O Verbo, a Palavra) embora fosse considerado um anjo inferior ao Ser Supremo (Ormuzd), mas superior ao deus Sol físico. Durante o período védico do hinduísmo Mitra (associado à Varuna) era o deus da criação, da ordem universal e da amizade. Mitra era onissapiente, inimigo da escuridão e do mal, deus das vitórias militares e Protetor dos justos. Agia como mediador entre a humanidade e o Ser Supremo. Encarnou para viver entre os homens e enfim morreu para que todos fossem salvos. Os fiéis comemoravam a sua ressurreição durante cerimônias onde eram proferidas as palavras: "Aquele que não comer o meu corpo e beber o meu sangue, de forma que ele seja em mim e eu nele, não será salvo".
Mitra era um deus do bem, criador da luz (por isso mesmo era associado ao Sol), em luta permanente contra a divindade obscura do mal. Seu culto estava associado à crença na existência futura absolutamente espiritual e libertada da matéria. Como Protetor dos justos agia como mediador entre a humanidade e o Ser Supremo.
O líder do culto Mitráico era chamado de Papa e governava de um "mithraeum" na Colina Vaticano, em Roma; uma característica iconográfica proeminente no Mitraismo era uma grande chave, necessária para destrancar os portões celestiais pelo qual se acreditava passar as almas dos defuntos. Os Mitraistas consumiam uma comida sagrada (Myazda) que era composta de pão e vinho.
Existiam, nos Mistérios Mitráicos sete níveis de iniciação, cada um coligado a um planeta: Corax (Mercúrio), Nymphus (Vênus), Miles (Marte), Leo (Júpiter), Perses (Lua), Heliodromos (Sol) e, enfim, Padre (Saturno). Assim como entre os Essênios, os iniciados de grau inferior (os aprendizes: Corax e Nymphus) tinham que servir os iniciados de nível superior: os companheiros (Miles e Leo), os mestres (Perses e Heliódromos) e o venerando Papa.
O culto de Mitra era uma religião cheia de mistérios e simbolismo; as mulheres ficavam excluídas das formas exteriores e regulares da liturgia. Muitos elementos de sua organização lembram os da moderna Maçonaria. Os templos subterrâneos reproduziam o firmamento enquanto a arte mitraísta insistia na representação de corpos celestes (o zodíaco, os planetas, o sol, a lua e as estrelas), também da serpente, do cão, do corvo, do escorpião (todas as constelações do hemisfério boreal) e da árvore. Sempre foi uma religião privada que jamais recebeu verbas públicas, sendo os templos de Mitra singelos e despidos daquela ostentação que caracterizava as basílicas paleo-cristãs. Primou por uma grande tolerância em relação aos outros credos.
A história de Mitra principia com o Demiurgo (Ahriman) oprimindo a humanidade. Apiedado, Mitra encarna no dia 25 de dezembro, data que na antiguidade correspondia ao Solstício de inverno (ou seja, quando o Sol nasce para o hemisfério norte do Planeta).
Teria nascido de uma rocha e prega numa caverna (também Jesus veio ao mundo numa gruta), porém, segundo a mitologia persa, Mitra fora gerado por uma virgem denominada "Mãe de Deus". Durante sua vida terrena Mitra se manteve casto, pregou a fraternidade universal e operou inúmeros milagres. O acontecimento mais marcante de sua vida foi a luta simbólica que travou contra o Touro sagrado (os costumes maléficos adquiridos pela humanidade durante a Era de Touro) que ele derrotou e sacrificou em prol da humanidade da Nova Era. Sua vitória tinha o dúplice significado de vitória sobre o mundo terreno e de auto-sacrifício da divindade a fim de redimir o gênero humano de seus pecados.
O apologista cristão Tertuliano afirma que os sequazes de Mitra eram batizados com borrifos de sangue de Touro ou de carneiro e, finalmente, purificados com água. Por causa disso, no sétimo século, a Igreja católica tentou, sem êxito, suprimir a representação de Cristo como Cordeiro de Deus, justamente por ser esta uma imagem de origem pagã e estar associada ao símbolo da Era de Áries (que tinha como Avatar Mitra, vencedor do Touro, ou seja, os costumes da Era de Touro que precisavam ser banidos para a manifestação da Nova Dispensação, ou seja, os ensinamentos da Era de Áries).
São Justino Mártir atesta que existia uma eucaristia de Mitra onde os fiéis compartilhavam pequenos pães redondos e água consagrada simbolizando, respectivamente, a carne e o sangue do deus encarnado. Este ritual, que ocorria aos domingos (dia da semana consagrado ao Sol), era chamado Myazda e correspondia exatamente à Missa dos cristãos.
Mitra não morria fisicamente, mas apenas simbolicamente e, como divindade solar, ressuscitava todo ano. Cumprida a missão terrena, ele jantava pela derradeira vez com seus discípulos e subia ao Céu. Seus adeptos tinham que jejuar frequentemente e, após terem recebido um sinal na testa passavam a ser chamados "Soldados de Mitra".
No início do IV século o imperador Constantino apoiou as religiões emergentes: o cristianismo e os cultos solares, ou seja, o de Apolo (popular entre os Celtas) e o de Mitra, extremamente difuso na parte Ocidental do Império onde, ao contrário, os cristãos ainda eram minoria. De nenhuma forma Constantino pode ser considerado um soberano cristão, pois, como os demais imperadores romanos jamais renunciou ao título de Pontifex Maximus. Além disso, privilegiou os pagãos nos cargos administrativos e a Casa da Moeda romana continuou a cunhar moedas mostrando símbolos pagãos.
O mitraísmo sumiu oficialmente em 377 d.C., data em que o imperador cristão Teodósio proibiu todas as religiões diferentes do cristianismo. Pequenos grupos de adeptos continuaram a praticar, secretamente, o culto a Mitra até o século V, quando os bispos desencadearam ásperas perseguições contra os cultos solares.
Surpreendentemente a própria Igreja cristã incorporou boa parte das práticas mitraístas como a liturgia do Batismo, da Crisma, da Eucaristia, da Páscoa e a utilização do incenso, das velas, dos sinos, etc. Até as vestimentas usadas pelo clero católico são extremamente parecidas com as dos sacerdotes de Mitra, como a mitra usada pelo Papa e a tiara, barretes usados pelos antigos persas.
Santo Agostino chegou a admitir algum tipo de fusão entre as duas religiões quando reconheceu que os sacerdotes de Mitra adoravam o mesmo Deus em que ele acreditava. Em outras palavras, para ele, Mitra e Jesus era a mesma pessoa!
O culto a Mithra tornou-se muito popular no Império Romano e, para contê-lo, a Igreja adotou sua data sagrada, o dia de Mithra - 25 de dezembro como o nascimento de Jesus estabelecendo, assim, o Natal que hoje festejamos nesta data. Estava estabelecido o Natal. Depois, no Concílio de Toledo, em 447, a Igreja publicou a primeira descrição oficial do diabo, a encarnação do mal: um ser imenso e escuro, com chifres na cabeça. Como Mithra.
Mitra era o sol espiritual que se encontra além da esfera das estrelas fixas. Portanto seria a força cósmica capaz de governar o ciclo das estações: a eterna seqüência de outonos-primaveras, de luz-escuridão, na espera da vitória final da Luz sobre as trevas, da Vida sobre a morte.
Embora a maioria dos cristãos desconheça o fato em si, a história da vida de Jesus também está associada ao Solis Invictus (Sol Invicto, não vencido) que nasce no hemisfério norte no dia em que o Sol físico desponta no hemisfério norte (daí a missa do Galo, que canta quando o Sol nasce) e as peripécias de sua vida estão intimamente associadas ao percurso que este faz durante o ano pelo zodíaco, como veremos a seguir.
Durante os 3 meses do inverno, Jesus (o Sol recém-nascido) precisa ser protegido para fugir das forças descontroladas ainda reinantes no planeta, que tudo parecem destruir, principalmente a vida nascente (esta situação é representada por Herodes, simbolizando o frio do inverno, que matava todas as crianças nascidas durante este período).
Em seguida vêm os 3 meses da primavera. Durante este período, a jornada do Sol pelo zodíaco, espalha os benefícios de sua energia, como símbolo da vida e satura tudo e todas as coisas com a beleza e a música da vida espiritual. Depois, os 3 meses de verão, quando se desenvolvem as formas já existentes, que então se preparam para dar os frutos dessa energia vivificante e vivificadora que são os raios do sol. Estas duas estações do ano são representadas pela fuga para o Egito (lugar de calor), onde a criança se desenvolve até que volta para Jerusalém, depois da morte de Herodes, ou seja, do frio. Este período é o do crescimento e maturação das lavouras, quando tudo é preparado para a colheita, que ocorre quando então, vem o outono, e a energia solar começa a se enfraquecer e os frutos amadurecidos pela energia solar, ainda existentes, serão menores, porém mais doces. Esta época é representada pelos 3 anos de apostolado de Jesus que termina quando ele é abandonado por seus apóstolos (fim do outono) e morre com a chegada do Inverno (os 3 dias na sepultura representam os 3 meses do inverno) para refazer, posteriormente, o mesmo ciclo cada ano, sempre por amor àqueles que são seus filhos amados, ou seja, a humanidade.
Assim procede o Sol, intitulado pelos Rosa-cruzes como Chrestos-Solar, quando se referem àquela vida que representa o Sol Espiritual, o mesmo Mithra antes mencionado, cuja história a Igreja Católica usurpou para fundar uma religião onde o verdadeiro cristianismo foi esquecido, ou seja o cristianismo dos primeiros cristãos, que nunca admitiram a pompa e as festas das outras religiões por não serem condizentes com os princípios de pureza que defendiam. (Nota: Os verdadeiros cristãos foram levados aos leões das arenas romanas pela própria igreja que precisava agradar a Constantino, seu protetor e defensor por causa de seus objetivos políticos e eliminar os defensores da vida verdadeiramente cristã vivenciada pelos adeptos do cristianismo puro, os antigos gnósticos).
Somente no ano 337 D.C. foi que o Papa Julio I, promulgou oficialmente o dia 25 de dezembro como sendo o dia de nascimento de Jesus e para justificar essa atitude do Papa, S. João Crisóstomo explicava assim o porquê da escolha da data: “Em Roma, este dia acaba de ser escolhido como o do nascimento de Cristo a fim de que os Cristãos possam celebrar seus próprios ritos sem serem molestados pelos pagãos, já que esses estão ocupados com suas cerimônias (as Saturnálias).
A Doutrina atribuída a Jesus era a mesma ensinada por Mithra e também propunha o desapego às glórias do mundo, a simplicidade, a humildade, o perdão às ofensas e o amor fraterno e isto causou profundo efeito nas almas que ansiavam e aspiravam pelo reino de Deus. Esta doutrina revelava ainda que esse Reino está dentro de todos nós, acendendo esperanças entre a classe humilde, o que impressionava os poderosos da época pela sinceridade de seus seguidores.
Para melhor compreensão do que estamos informando, vamos enumerar algumas semelhanças, principalmente entre a conhecida história da Vida de Jesus, a de Krisna, Avatar da Era de Touro, que teria vivido mais ou menos 4 mil anos antes de Jesus e de alguns outros Deuses Solares, tais como Tammuz, Filho da Virgem Ishtar, Buda, filho de Maya, Adonis, filho da Virgem Myrra, etc:
1. Todos estes fundadores das grandes religiões do passado teriam nascido de uma mãe virgem, no caso de Jesus, Maria (que teve outros filhos depois do primogênito e no caso de Krishna, Devaki, virgem imaculada que, entretanto, havia dado à luz 8 filhos antes de Krishna.
2. O nascimento desses avatares sempre ocorre num estábulo, gruta ou caverna ou câmara subterrânea, sempre entre animais.
3. A data de nascimento da criança ocorre no dia 25 de dezembro, justamente quando acontece o solstício de inverno no hemisfério norte do planeta.
4. A Estrela do Oriente e a chegada dos Magos (no caso do Cristianismo chamados os 3 reis magos).
5. O massacre de inocentes por Herodes, no caso de Jesus e por Kanza, tio de Krishna e tirano de Mathurâ, quando nos referimos a conseqüente fuga para um país distante, sempre um lugar quente, conforme se diz de Krishna, Jesus e outros Deuses-Sóis. Entre os judeus é o Faraó, que avisado pelos Magos de sua corte de que nesta data nascerá um poderoso mago que o vencerá, manda mandar todas as crianças nascidas no reino durante este mês.
6. A quaresma ou a chegada da primavera, com a conseqüente Páscoa, para celebrar a passagem ou cruzamento do Sol pelo Equador em dezembro.
7. A Transfiguração de Jesus e de Krishna.
8. A lavagem dos pés dos apóstolos por Jesus e dos Bramanes por Krishna e os vários milagres que praticaram.
9. A pregação e a revelação dos segredos do santuário.
10. A morte de Jesus numa cruz (madeira) e de Krishna amarrado e flechado numa árvore (Nota: Como a imagem de Krishna era muito adorada na Índia, a Igreja católica fez dele um santo e batizou-o com o nome de S. Sebastião que, como S. Jorge e S. Cristovão, há alguns anos atrás foram “destronado” pelo Papa por não terem raízes reais para comprovar suas existências).
11. A ressurreição (nos casos de Osíris, Attis e Jesus.
12. Os 12 discípulos.
13. O Discurso do Eu Sou de Jesus e de Krishna.
Acrescentemos ao que está acima as seguintes coincidências:
Mâya, a mãe de Buda, a “Mãe das formas” e da “Pura Luz”, assimilável ao próprio espírito, enquanto repousava, viu em sonho a budeidade penetrá-la sob o aspecto de um elefante branco. Essa alegoria pode ser comparada com a versão cristã da Visitação de Maria, pelo Arcanjo Gabriel, e também com a “visita” feita à mãe de Alexandre, o Grande, por Zeus (A Luz Divina) sob a forma de uma Serpente, e sua fecundação simbólica.
Por esta similaridade, não podemos deixar de considerar a transcendência da Bíblia e dos Evangelhos em seu aspecto esotérico e a riqueza e a importância de suas narrativas simbólicas, sempre capazes de proporcionar ensinamentos àqueles que os compulsam, seja qual for o grau de evolução em que se encontre o estudante.
Todo o processo acima relatado sempre foi relacionado aos Deuses-Solares da Antiguidade (Osíris, Apolo, Adônis, Mitra, etc.) e está incorporado ao Evangelho como sendo “a vida de Jesus”, que teria nascido de uma Virgem, fecundada por Deus Pai, o Criador de tudo e de todas as Coisas (da mesma forma que Mitra).
Para adaptar um pouco mais a história acima à realidade, há hoje uma opinião mais aceita de que o nascimento de Jesus teria sido na primavera (se fosse no Inverno os pastores não estariam à noite pastoreando suas ovelhas, pois morreriam gelados). A fuga para o Egito (Terra de Verão-calor-Vida), representa os meses do verão e está relacionada ao seu crescimento físico e espiritual, o que ocorre no outono, quando torna-se um iniciado para depois dar seus frutos (A pregação dos Evangelhos).
Depois, como todos os grandes Avatares e nisso incluímos Osíris, Hiram Abiff e outros, é atraiçoado por um dos seus Seguidores (O signo de Escorpião -outubro/Novembro), exatamente quando começa a fazer frio no Hemisfério Norte e que Leonardo Da Vinci reserva para representar Judas Iscariotes em sua famosa “A Ceia”) sendo posteriormente morto (quando chega o Inverno), representado pelos 3 dias que Jesus passa na tumba, até que chega novamente a Primavera.
O Natal que a Cristandade festeja está, em verdade, relacionada com o nascimento do Sol no hemisfério norte e podemos compreendê-la perfeitamente se relacionarmos as figuras e passagens do Evangelho com os componentes do Sistema Solar, os signos do Zodíaco e as Constelações, onde não falta nem mesmo a Cruz. Senão vejamos:
Em primeiro Lugar vejamos o simbolismo do Natal. Jesus nasce num estábulo entre animais.
Sempre representamos este acontecimento com o costume de colocar o menino-Deus-Sol numa manjedoura (lugar onde os animais comem) forrada de palha, fazendo com que a palha em que repousa se pareça com os raios de sol refulgindo. Os animais presentes são o asno, o boi e o carneiro. Na Constelação de Câncer existem duas estrelas denominadas Asellus Australis e Asellus Borealis que significa Pequeno Asno do Sul e Pequeno Asno do Norte e entre as mesmas existe um pequeno aglomerado de estrelas denominado Presepe (Coordenadas aproximadas = 23°N). O Boi e o Carneiro que completam o Presépio são figurações dos Signos de Touro e Áries que precedem o Signo de Peixes. A Estrela dos 3 Reis Magos corresponde a uma conjunção celeste muito rara, entretanto visível a olho nu, que permite ver Júpiter (A Lei, a Justiça, a Religião) e Saturno (O Pai na Terra, o educador ou disciplinador) confundirem-se no momento em que Júpiter eclipsa Saturno, enquanto o Sol, a criança que nasce a 90°, entra em Câncer (a Casa astrológica que corresponde ao Lar, a Família e também ao peito, onde o Cristo mora no homem).
Se recuarmos 9 signos (ou nove meses) veremos que o Sol encontra-se então no Signo de Virgem a Mãe de todos nós, o 3° Aspecto da Trindade, a Natureza, Akasha, a matéria negra do qual tudo emana e para o qual tudo volta.
Prosseguindo o estudo da Marcha do Sol pelo Zodíaco até a morte e à crucificação, apontando a Via-Láctea como o Rio Jordão, o Batismo quando o Sol entra em Aquário, signo em que a Água Lustral é derramada, a entrada em Peixes, signo duplo em que Jesus encontra os dois irmãos pescadores, Simão e André e, na mesma longitude a Constelação da Barca, indicando a pesca milagrosa.
O tema dos dos 3 Reis Magos pode ser abordado astronômica e esotericamente com a presença das 3 estrelas do cinturão de Órion (Algjebbah, Alnilan e Alnitak) que se elevam do Oriente para o Ocidente até o ponto em que vêem a estrela Arcturus (da Constelação do Boieiro; 30 vezes maior do que o nosso Sol) brilhar sobre o aglomerado estrelar acima mencionado, denominado Presepe.
Dentro do simbolismo cristão Arcturus, com seu brilho fulgurante dentro da noite da ignorância humana, representa a Estrela que indica, aos Três Reis Magos onde adorar o Cristo recém-nascido no Presepe, entre os animais domésticos de nossa natureza inferior que deverá ser purificada com a vinda Luz Redentora à face da Terra.
As dádivas que os Magos levam são, em si, outros símbolos destinados ao ensinamento dos buscadores da verdade que já estão despertos para as realidades do espírito.
Poderíamos perguntar: Que melhores oferendas poderiam ser dadas à tenra consciência Crística, que aquelas provindas dos princípios mais Superiores da nossa própria Realidade Espiritual?
Os 3 Reis Magos representam macrocosmicamente os 3 planos superiores da Egoidade Divina (Planos Adi, Anupadaka e Atma) e microcosmicamente, a ressonância das energias no Ser humano que denominamos Pingala, ou Conduto Solar (a matéria branca da Alquimia) e Idâ, ou conduto lunar (a matéria negra da Alquimia) e Shushumna, o conduto central (a matéria vermelha da Alquimia), onde tudo é reunido e levado ao ventrículo esquerdo do coração, onde mora o Cristo-criança no ser humano.
Analisando os presentes dos 3 Reis Magos sob o ponto de vista esotérico verificamos que os presentes trazidos pelos mesmos significam:
O ouro simboliza o Poder, a realeza oriunda da Sabedoria Divina, que é conquistada pela transmutação dos metais impuros de nossa natureza humana. Significa, no plano de onde provém (Baltazar é o Pai da Trindade Celestial) o atributo da Vontade sem a qual nada se pode fazer. Em alquimia ele é o enxofre e está relacionado à fase do trabalho alquímico chamada “Ressurreição”.
O incenso trazido por Melchior é o elemento volátil ou o mercúrio. Representa, em linguagem alquímica, o Amor Divino, que deve preceder a toda obra de Magia Branca. É o perfume real que alimenta com o néctar da vida os poderes subutilizados da Alma. Ele representa o atributo essencial do Cristo recém-nascido e o esteio para a obra do verdadeiro alquimista chegar à etapa que, no trabalho alquímico é chamada de “Rubificação”.
Quanto a mirra, ela tem um campo bem reduzido de aplicações. Geralmente é utilizada em forma de pó, aplicado sobre úlceras cancerosas e em defumadores para desinfetar habitações onde exista um enfermo. Mas o seu significado oculto, como o presente do Rei Gaspar ao Cristo-criança está relacionado a Terceira Pessoa da Trindade.
Os 3 Reis Magos representam esotericamente os três atributos da Trindade e figuram, para o estudante da Sabedoria Antiga, essa Trindade e Seus Atributos.
Notemos, porém, que Gaspar tem uma singularidade em relação aos dois outros que não pode ser descuidada, ou seja, sua cor negra, que é a cor das Deusas Ísis e Devaki, ou seja, a Divina Mãe tanto para os egípcios como para os Hindus, que é também a cor de N. S. Aparecida no Brasil, N. S. de Montserrat, N.S. de Chartres, N.S. de Baieux, N.S. de Amiens, N.S. de Caen e a representação da Virgem, ou 3° Aspecto da Trindade, A Mãe Divina ou mãe do Mundo das várias religiões pagãs que precederam o Cristianismo e que, não coincidentemente, mais propositadamente é a cor do Tattwa Akasha, do qual tudo nasce e para o qual tudo volta após cumprir seu objetivo.
Hoje, a ciência ortodoxa comprova a sabedoria deste símbolo representativo da Divina Mãe, ao encontrar, sem compreender seu significado espiritual, a matéria negra que envolve todo o Universo atualmente conhecido, do qual tudo que existe emana, ou seja, parece encontrar sua substância primordial. Blavatsky chamava esta substância negra de Prakriti. O domínio sobre esta substância é a busca de todo Mago e a base do Alquimista para a conquista da Pedra Filosofal. Este domínio representa o presente de Gaspar, o 3° da Trindade, ao Cristo Criança recém-nascido.
Em Alquimia a cor preta é chamada a fase da “Putrefação” e está relacionada com o sal.
Agora, pensando em termos poéticos, que maior dádiva poderia ser ofertado ao Redentor dos homens senão o domínio sobre a matéria, que representa a libertação da amargura do sofrimento humano?
Que melhores oferendas poderiam ser dadas à tenra consciência Crística que desperta, senão o ouro puríssimo simbolizando a transmutação dos metais impuros de nossa humana natureza?
Não é este, em verdade, o Cristo que sentimos, o Cristo que desejamos, o Cristo que amamos e que devemos realizar?...
Que outro símbolo mais elevado poderia corresponder à nossa consciência espiritual que acorda senão o de uma criança recém-nascida na palhoça modestíssima da personalidade humana?
Concluímos o presente trabalho afirmando que a fé Cristã tem permitido, apesar do dogma e da doutrina, apesar das distorções do teólogo acadêmico e das imposições de alguns clérigos ignorantes, a compreensão da união de Deus ao homem, fundidos no Cristo, apresentando a verdade que “todo ser humano também pode experimentar a Divindade”.
Esta verdade vital, dramática, apresentada misticamente, mas sempre viva em cada ser humano, quando captada pela mente e compreendida pelo coração capacitará, a qualquer verdadeiro aspirante aos Mistérios Cristãos, a transpor os umbrais do novo Nascimento para a Luz, caminhando, de maneira crescente, nessa mesma Luz, a partir do momento que a entenda, porque “...a senda dos justos é como a Luz da aurora, que brilha mais e mais, até que o dia seja perfeito”.
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Nota explicativa: MIRRA - De acordo com a mitologia antiga, esta resina foi produzida pelas lágrimas da deusa Mirra, que se uniu incestuosamente com seu pai e concebeu o gentil Adonis, o Chrestos (Cristo) Solar dos Antigos, adorado na Grécia e em vários países do mundo antigo e na própria Roma, até meados do ano 300, onde o culto de Adonis-Mithra era muito mais popular do que o Cristianismo, que por sua essência (humildade, caridade, amor ao próximo, desapego aos valores materiais) não conseguia conquistar as elites governantes. Somente com a imposição promulgada por Constantino, que necessitava das massas para impor seu domínio, é que o Cristianismo triunfou, assimilando a maioria dos rituais mitráicos e substituindo os deuses vigentes na época pelos santos que a Igreja Católica promulgou.
Por Panyatara
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