“Existem três tipos de renascimento, ou reencarnação. O primeiro é o do homem comum; este caminha neste mundo na ignorância, ou Avidyâ, em Sânscrito, aprendendo aos trancos e barrancos, com o seu professor, o Karma, e avançando, pouco a pouco, na senda, à medida que aprende. Seu renascimento é obrigatório e inconsciente. O segundo tipo é o do Adepto, daquele cuja consciência já se expandiu, e ele não se situa mais na faixa do homem ignorante. Esse renascimento é voluntário e consciente, pois este ser, já liberto da Roda de Samsara (o ciclo dos renascimentos obrigatórios), desprovido de egoísmo e movido por um imenso amor à humanidade, recusa ter a sua consciência toda no Nirvana e retorna, para ajudar a humanidade a libertar-se das trevas. O terceiro tipo é o do Avatar, e este se processa em ocasiões especiais do planeta, aquelas ocasiões em que a consciência humana está profundamente mergulhada na escuridão espiritual, ameaçando apagar a última réstia de Luz, que resta. Nessas ocasiões, a Luz Suprema do Sistema, o Raio, desce à Terra e toma a forma de um corpo humano, para restaurar a Luz. Jesus Cristo é considerado, pela Teosofia, o Grande Avatar do Ocidente.
Falemos desse segundo renascimento, que foi inclusive o do Buddha. O Adepto, e também o Buddha, purifica o seu princípio egotista, isto é o Kama Manas, ou o ego, o seu Kama Manas torna-se um só com Ātmā, Buddhi, Manas, seu Eu superior, mas, movido por seu amor pela humanidade, ele se separa da Tríade, sua mônada humana, e irá ter, nesse plano físico, de existência transitória, uma vida consciente, distinta da que lhe é própria, tomando, de empréstimo, uma forma ilusória, isto é, os três princípios complementares, Prana, Duplo Etérico e Corpo Físico, integrando um novo setenário (sete princípios) humano, numa nova encarnação. Este é o mistério do renascimento dos Adeptos e o do Buddha.”
Livro “A Doutrina Secreta” – Vol. VI
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