“A frase inicial, do Gênesis, mostrando o aparecimento do mundo, escrita por Moisés, em aramaico, era: “B’rash ithbara Elohim”, que traduzida literalmente dizia: “Na primitiva Fonte (que é Mulaprakriti, a Raiz sem raiz), os Deuses (Elhoim) desenvolveram os Céus e a Terra. Com o passar do tempo, a Massora (as sucessivas interpretações dos rabinos), aliada às sutilezas teológicas, transformou este versículo em “B’rashit Bara Elhoim”, que significa: “No princípio, Deus criou os Céus e a Terra”. Este é o sentido que permanece hoje no Gênesis no Antigo Testamento, alterando-lhe completamente o sentido. Todas as crenças antigas, tais como o Bramanismo, a Vedanta, acreditam que o Universo originou-se de uma Fonte Primordial. Essa fonte é considerada a Raiz sem raiz de todas as coisas. Essa quase substância (assim chamada, porque, em sua fase, ainda não havia Espírito e Matéria) é que deu origem a todo o Universo. Seu nome em Sânscrito é Mulaprakriti.
Quando o Universo ensaiou manifestar-se, Mulaprakriti foi a primeira coisa que surgiu da Essência Eterna, no mundo do Não Ser. Segundo a Antiga Sabedoria, não houve uma criação, conforme diz o Cristianismo e o Judaísmo, isto é, um Ser, existente, Deus, que disse: “Faça-se a Luz, etc.”, e as coisas surgiram, mas sim uma emanação a partir do Nada, o Não Ser. O Deus bíblico, mencionado como Elhoim, surgiu, como vários outros poderes da Natureza, numa fase posterior, no desdobramento ou diferenciação da manifestação. Mulaprakriti foi o primeiro a surgir do mundo do Não Ser, depois, Mulprakriti desdobrou-se em Purusha (o Espírito) e Prakriti (Matéria), e, assim, as coisas, ou os seres, foram se desdobrando, dando origem ao Universo.”
Livro “A Doutrina Secreta” – Vol. V
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