O século XX foi devastador para imagem que o ser humano faz de si mesmo. No século XIX, ainda tínhamos um romântico entusiasmo pela honradez dos homens e mulheres ditos civilizados, tínhamos uma ingênua crença de que o século seguinte se abriria num horizonte de melhorias históricas nunca vistas. Pois, ao contrário, no século XX, ao lado de todo avanço tecnológico, tivemos uma imensa decepção com o ser humano, capaz de lançar bombas atômicas em cidades indefesas; capaz de fazer campos de concentração e matar milhões de homens, mulheres e crianças…
Ao mesmo tempo, o capitalismo atingiu o seu auge e continua de vento em popa no século XXI, elegendo como seus heróis aqueles que vencem, aqueles que conquistam poder e fortuna, mesmo à custa do próximo; aqueles que traem princípios éticos, usam de deslealdade, agridem a natureza, para se projetarem como os dominadores de um mundo, com multidões espoliadas e empobrecidas. Esses são os heróis exaltados na mídia. Esses são os heróis propostos nas aulas de história, quando as crianças aprendem sobre Alexandre o Grande, Júlio Cesar, Napoleão Bonaparte, mas jamais tomam conhecimento de Jesus, Buda, Gandhi, Martin Luther King… Os conquistadores sanguinários combinam bem com o sistema competitivo, selvagem e desumano em que vivemos. Bondade é tolice, não-violência é utopia, fraternidade é uma bela palavra apenas.
Precisamos de alguma forma restituir às novas gerações a confiança de que o ser humano pode ser bom, de que é bom ser bom e de que existiram homens e mulheres nesse mundo, em todas as épocas, em todas as áreas de atuação, em todas as religiões e culturas, que mostraram exemplos de vida dignos de serem seguidos. E mais, que sua ação no mundo fez diferença sim, e trouxe benefícios à história humana. Porque outra pregação generalizada no mundo contemporâneo é de que somos impotentes para fazer qualquer coisa diferente do que a maioria faz. Mas os muitos que fizeram não se sentiam assim e realmente mudaram a História, cada um a seu modo.
Assim, é vital que levemos as crianças, os adolescentes, os jovens a conhecer a vida de grandes personalidades do bem, que se destacaram por sua postura ética inatacável, pela sua capacidade de amar e se doar ao próximo, pelo seu desinteresse e abnegação, pela sua liderança na paz e nos diversos domínios do conhecimento e da ação. Essas histórias podem ser inspiradoras e convincentes para as jovens gerações, de que vale a pena nos engajarmos para sermos melhores e fazermos nosso mundo melhor.
Além disso, na medida em que as crianças e adolescentes ouvem, veem, sentem a história de um Francisco de Assis, de um Gandhi, de um Bach, seu padrão vibratório se eleva, podendo entrar em sintonia harmoniosa com esses grandes Espíritos e, com isso, se sentirem mais fortalecidos, para seguirem seus caminhos na vida, comprometidos com o bem.
Temos trabalhado essas personalidades nos livros Jeitos de Crer e Todos os Jeitos de Crer, (Editora Ática) e também na série Grandes Pessoas, da Editora Comenius, acreditando ser de grande importância que as jovens mentes tenham como referência, personalidades de alto quilate moral.
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