Brama, Brahma ou Bramá é o primeiro deus da Trimúrti, a trindade do hinduísmo (os outros deuses são Vishnu e Shiva). Brama é o deus da música e das canções. Além disso é considerado, pelos hindus, a representação da força criadora ativa no universo. A visão de universo pelos hindus é cíclica. Depois que um universo é destruído por Shiva, Vishnu se encontra dormindo e flutuando no oceano primordial. Quando o próximo universo está para ser criado, Brama aparece montado numa flor de lótus brotada do umbigo de Vishnu e recria todo o universo.
Depois que Brahma cria o universo, ele permanece em existência por um dia de Brahma, que vem a ser aproximadamente 4.320.000.000 anos em termos de calendário hindu. Quando Brahma vai dormir, após o fim do dia, o mundo e tudo que nele existe é consumido pelo fogo. Quando ele acorda de novo, ele recria toda a criação, e assim sucessivamente, até que se completem 100 anos de Brahma.
Brahma é representado com quatro cabeças, mas, originalmente, era representado com cinco. O ganho de cinco cabeças e a perda de uma é contado numa lenda muito interessante. De acordo com os mitos, ele possuía apenas uma cabeça. Depois de cortar uma parte do seu próprio corpo, Brahma criou dela uma mulher, chamada Satrupa, também chamada de Sarasvati. Quando Brahma viu sua criação, ele logo se apaixonou por ela, e já não conseguia tirar os olhos da beleza de Satrupa.
Naturalmente, Satrupa ficou envergonhada e tentava se esquivar dos olhares de Brahma movendo-se para todos os lados. Para poder vê-la onde quer que fosse, Brahma criou mais três cabeças, uma à esquerda, outra à direita e outra logo atrás da original. Então Satrupa voou até o alto do céu, fazendo com que Brahma criasse uma quinta cabeça olhando para cima, foi assim que Brahma veio a ter cinco cabeças. Da união de Brahma e Satrupa, nasceu Suayambhuva Manu, o pai de todos os humanos.
Nas escrituras, é mencionado que a quinta cabeça foi eliminada por Shiva. Brahma falou desrespeitosamente de Shiva, que abriu seu terceiro olho e queimou a quinta cabeça de Brahma. Brahma tem quatro cabeças (das quais brotaram os quatro Vedas) e oito braços. Nas mãos, segura uma flor de lótus, seu cetro, uma colher, um Rosário, um vaso contendo água benta e os Vedas. O veículo de Brahma é o cisne Hans-Vahana, o símbolo do conhecimento. Brahma usa um manto branco.
A esposa de Brahma é Sarasvati, a deusa das artes. No passado, era considerado o maior dos deuses, por ter criado o universo. No entanto, com a ascensão de Krishna e Vishnu na devoção popular, decaiu de importância. Atualmente, não é mais comumente venerado de forma independente, mas somente como o membro principal da trimúrti (Brahma, Vishnu e Shiva). As lendas sobre Brahma não são tantas nem tão ricas quanto as de Vishnu e Shiva. Para estes deuses, existem incontáveis templos de adoração, mas, para Brahma, apenas um, que fica no lago Pushkar, em Ajmer.
Simbolismo
Como primeiro membro da trimúrti hindu, Brahma representa a força de Criação, enquanto Vishnu e Shiva representam, respectivamente, as forças de Conservação e da Destruição (que deve ser entendida como força de renovação ou de transformação).
Dia de Brama
Brahma vive cem anos, mas não são anos humanos, são "anos de Brahma". O período do dia ou da noite da vida do deus é chamado de Kalpa, quando a noite de Brahma chega, o universo é reabsorvido (Pralaya) no seu sono divino. Um Kalpa corresponde a 4.320.000.000 anos terrestres. A idade da Terra é medida em quatro Yugas ou "Eras", que são:
- Satya Yuga: 4 800 anos
- Treta Yuga: 3 600 anos
- Dwapara Yuga: 2 400 anos
- Kali Yuga: 1 200 anos
- Total: 12 000 anos
A cada Yuga que se passa, a virtude no mundo vai caindo progressivamente. Na Satya-Yuga, a virtude prevalece e o mal é desconhecido. Na Treta-Yuga, a virtude cai para três quartos. Na Dwapara-Yuga, a virtude já caiu pela metade. Na Kali-Yuga, só resta um quarto de virtude. As quatro Yugas juntas formam a Mahayuga.
Assista à vídeo/palestra do professor Laércio Fonseca:
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