Ao contrário da atenção, que é um ato passivo, de recepção de impressões ambientes, a concentração é um ato mental intensamente ativo, mediante o qual dirigimos nossa mente sobre certo ponto de interesse. Pressupõe, portanto, convergência de pensamentos para um determinado fim. Na atenção as portas da mente se abrem para o mundo exterior; na concentração faz-se exatamente o contrário, ou seja, fecham-se essas portas, cortam-se as ligações dos sentidos com o ambiente externo, passando-se então a atuar inteiramente na intimidade da zona psíquica. Na concentração exercitamos a nossa vontade, fazendo recolhimento da mente para o nosso interior, isolando-nos das coisas exteriores que nos rodeiam, para iniciarmos a ligação com o mundo íntimo, psíquico, espiritual.
Diz Roque Jacintho que no vocabulário espírita "concentrar é reunir vibrações saudáveis, equilibradas, que serão aplicadas pelos Mentores Espirituais a benefício de nossos irmãos necessitados, encarnados e desencarnados". Roque propõe, então, que o orientador do desenvolvimento peça aos integrantes da equipe, de forma objetiva, "que façam uma oração silenciosa, situando seus pensamentos em torno de ideias edificantes, procurando dialogar com Jesus intimamente".
A abstração ou o esquecimento dos problemas comuns que perturbam nossa vida íntima deve ser exercitada. A reunião depende muito do ambiente formado por todos os componentes do grupo. Por meio do exercício dos bons pensamentos e da elevação dos sentimentos, o ambiente se satura de elementos espirituais que favorecem o intercâmbio, porquanto, conforme nos ensina André Luiz , "a prece, a meditação elevada, o pensamento edificante refundem a atmosfera, purificando-a". "O pensamento elevado santifica a atmosfera em torno e possui propriedades elétricas que o homem comum está longe de imaginar."
PREPARAÇÃO DO AMBIENTE ÍNTIMO
Na preparação para a reunião é preciso lembrar que "a mente permanece na base de todos os fenômenos mediúnicos". "Da superestrutura dos astros à infraestrutura subatômica, tudo está mergulhado na substância viva da Mente de Deus, como os peixes e as plantas da água estão contidos no oceano imenso." A preparação para a reunião é, pois, indispensável. Sem o preparo devido, que deve começar desde a manhã, evitando-se emoções violentas, atritos, desequilíbrios físicos e espirituais, sem o bom hábito de leituras sadias e o exercício dos bons sentimentos, dificilmente a pessoa, durante a sessão, terá tranquilidade suficiente para se dedicar tão-somente aos fins elevados da sessão.
Recomenda André Luiz. "Preparar a própria alma em prece e meditação, antes da atividade mediúnica, evitando, porém, concentrar-se mentalmente para semelhante mister durante as explanações doutrinárias...". "A oração é luz na alma refletindo a Luz Divina.
Informa Allan Kardec que "toda pessoa que entra em uma reunião leva consigo Espíritos que lhe são simpáticos. Segundo seu número e sua natureza, estes ascólitos podem exercer sobre a assembleia e sobre as comunicações uma influência boa ou má. Uma reunião perfeita seria aquela cujos membros, todos animados de um igual amor ao bem, trouxessem consigo apenas bons Espíritos".
Em outro trecho da mesma obra, o Codificador ensina: "O recolhimento e a comunhão de pensamentos sendo as condições essenciais de toda reunião séria, compreende-se que um número muito grande de assistentes deve ser uma das causas mais contrárias à homogeneidade".
Do livro: "20 lições sobre Mediunidade" - de Astolfo Olegário de Oliveira Filho.
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